terça-feira, 23 de março de 2021

Delírios de agosto

 Após anos estou aqui finalmente sozinha, finalmente sem a ideia de como seria ou imagem de alguém sempre em segundo plano, sem a dor do esperar o que nunca vai acontecer ou o que você mais quer que aconteça.

"After years I'm here finally alone, finally without an image of someone, an image of how could be, without a pain to wait 'a thing' never going to happen, that thing, special and unique."

"Después de años estoy acá por fin sola, por fin sin los dolores de esperar lo que nunca va a suceder; "






Expressar meus sentimentos em três línguas é surreal, sabe mudou a minha vida saber que tenho esse conhecimento é uma realização minha e só minha. 

Tudo parece incerto agora para aonde ir e onde ficar, todas as coisas que tinha como base se foram e só restou a mim, a mesma pessoa que antes tinha medo de ficar sozinha, a mesma solitária que se apegou a todos os outros detalhes menos aos dela. Agora é engraçado perceber a forma enraizada que os meus sonhos e projetos estão internamente ligados a um amor que mal sabe se vai acontecer... 
E o meu amor-próprio onde fica? Será que essa história de amor-próprio é real?

Não sei se é uma construção minha ou uma suposta construção social, mas eu percebo ser exatamente assim, eu sempre esperei um príncipe de cavalo branco, mesmo inconscientemente, sendo ser claro que isso não existe, sendo que as pessoas não têm e não são das mesmas formas, ou como queremos que sejam, mas sempre meu coração dizia ele vai chegar, mas na minha cabeça dizia vai se tratar - risos. 

O dilema sem fim... 

                                                                                                                                             21/08/2020

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Um ano se passou


É engraçado que ainda me pego falando de algo que aconteceu já tem um ano, nem parece que tem tanto tempo, nem parece que fiquei tantos dias, nem parece que amei  a Argentina, isso porque só conheci uma parte dela. 
Ainda não acredito que vivi um período da minha vida em outro país, 
em outro lugar, 
conheci outra cultura,
tenho outro lugar para chamar de lar, 
uma linda família para visitar e 
uma enorme saudade para matar. 

Quando lembro de cada detalhe da experiência, eu não posso dizer que foram só flores, até porque estaria mentindo, mas acredito que tudo me fez uma pessoa melhor, mais decidida, mais confiante, mais determinada e quem sabe um pouco mais destemida, incrível não. 

O que me assusta é que um ano se passou e eu já esqueci da confiança, da garra e da auto estima que conquistei. Voltei de lá acreditando que o mundo era meu, que eu podia tudo, quem dera se fosse, parecia que a realidade não havia chegado, ou melhor, que estava em uma nova realidade. E o que eu mais me assustei foi a pandemia, não todo o dilema, mas a falta de vontade de fazer tudo, porque tudo não tinha mais o mesmo sentido - prometi que não escreveria sobre a pandemia - porque nada do que eu escreva vai expressar ou no mínimo mostrar o vazio que foi estar no meio de uma doença tão bipolar. 

Muitas coisas aconteceram desde aquele intercâmbio, nunca pensei que teria tanta saudade ou que me doeria tanto lembrar, mas saber que tenho tantos lugares para ir, tantos amores para viver, tantos amigos para conhecer, me anima a tentar mais uma vez e estar no meio do desconhecer ou melhor qual próxima viagem vou fazer ? 


19/01/2021